image

Rádio Fé Em Ação

NOTICIAS

stdClass Object
(
    [heading] => Notícias
    [fonte] => gospel_prime
    [categoria] => noticias_gospel
    [hidden_link] => https://www.gospelprime.com.br/noticias-gospel/
)
IA deve servir ao evangelismo, diz ex-CEO da Intel

10 DE OUTUBRO DE 2025

Pat Gelsinger, ex-CEO da Intel (2011–2024) e hoje presidente executivo e chief technology officer da Gloo, exortou uma plateia de cristãos, no início desta semana, a aproveitar o potencial crescente da inteligência artificial (IA), que ele espera se tornar “uma força para o bem nesta era”. Em sua fala, Gelsinger afirmou: “Acredito profundamente que a tecnologia é neutra”, acrescentando sobre a IA: “Não é bom nem ruim. É como a moldamos, como a usamos, como a formamos”.

O discurso ocorreu diante de centenas de pessoas no evento “IA para a Humanidade: Navegando pela Ética e Moralidade para um Futuro Florescente”, na terça-feira. Dirigindo-se diretamente à comunidade de fé, ele perguntou: “E nós, como comunidade cristã, nós, como crentes, estaremos moldando a tecnologia como uma força para o bem? Vamos aparecer para dobrar o arco da tecnologia para o bem?”.

Antes da palestra principal, o Dr. Richard Land, editor executivo do The Christian Post e presidente emérito do Seminário Evangélico do Sul, em Charlotte (Carolina do Norte), apresentou reflexões sobre as consequências potencialmente sísmicas da IA e convocou os cristãos a se engajarem. “Esta é a maior e mais significativa invenção desde a invenção da imprensa”, disse, chamando a atenção para o paralelo histórico. Segundo Land, a prensa de Gutenberg desencadeou uma explosão de conhecimento, abriu caminho para a Reforma Protestante e ajudou a formar o mundo moderno, mas também “levou a um tremendo conflito que ainda está acontecendo”. Em sua leitura histórica, a imprensa minou a hegemonia da Igreja Católica Romana ao permitir que muitos tivessem acesso ao Evangelho e aos ensinamentos da igreja primitiva, ao mesmo tempo em que facilitou a circulação de correntes filosóficas que desembocaram no Iluminismo e na Revolução Francesa, com efeitos ambíguos.

Land relacionou esse legado duplo à tensão entre Iluminismo e Reforma, afirmando que a disputa se expressou, de um lado, na Revolução Americana, “que enfatizou a Reforma”, e, de outro, na Revolução Francesa, “que enfatizou o Iluminismo”. Em referência a episódios simbólicos de secularização radical, relatou que a Catedral de Notre-Dame, em Paris, foi profanada com a entronização de uma atriz como “a deusa da Razão”, sintetizando a atitude dos revolucionários como “Não precisamos de Deus”. Para Land, a IA pode alimentar uma arrogância semelhante se não for abordada com prudência: “É uma Torre de Babel moderna: vamos construir nosso caminho de volta ao Céu”. E advertiu: “Perderemos a batalha da máquina, da máquina sem alma, a menos que todos nós nos levantemos e proclamemos o valor único de cada ser humano, porque fomos criados à imagem de Deus e somos melhores que as máquinas”.

Ao retomar a perspectiva histórica, Gelsinger — cristão e veterano da indústria, com passagens como arquiteto-chefe de microprocessadores da Intel e liderança no desenvolvimento de USB e Wi-Fi — expressou confiança de que Deus usará a IA para Seus propósitos, como ocorreu com outras inovações. “Quando Cristo estava na Terra, a maior tecnologia eram as estradas romanas”, disse, observando o papel das vias na difusão do Evangelho pelo mundo mediterrâneo. Em linha com Land, comparou o momento atual à invenção da imprensa por Johannes Gutenberg: a prensa possibilitou a Martinho Lutero traduzir a Bíblia ao alemão e, nas palavras de Gelsinger, “iniciou o maior período da invenção humana”, com impactos sobre geopolítica, educação e o Renascimento. “Penso na IA como outro momento de Gutenberg, com todas as controvérsias e desafios associados a ele”, afirmou, acrescentando que cristãos do passado “abraçaram essa grande invenção” e mudaram a história — e que a igreja de hoje deve agir com a mesma disposição.

Para orientar esse engajamento, Gelsinger apresentou três princípios pelos quais a IA pode ser moldada “como uma força para o bem”: abertura, construção de confiança e licenciamento responsável. Ele contrastou abordagens de IA aberta — “compartilha modelos e códigos para transparência que permite o envolvimento da comunidade” — com modalidades fechadas, nas quais “os modelos permanecem privados para melhor desempenho e controle da empresa, enquanto ocultam seu funcionamento”. Defendeu “construir abertamente, viver de forma transparente, garantindo que nossos conjuntos de dados e processos sejam abertos e compreendidos por todos”. No plano ético, enfatizou parâmetros que priorizem o florescimento humano e citou o esforço da Gloo na criação de uma estrutura de avaliação de modelos de IA com esse foco. Ao tratar de integridade econômica, sublinhou a importância de honrar a propriedade intelectual, protegida em lei.

Gelsinger vinculou os objetivos cristãos de cuidado e serviço ao próximo ao potencial prático da IA em reduzir pobreza e ampliar educação. “Um dos meus objetivos antes de deixar esta Terra é que seremos capazes de educar todas as crianças do planeta”, disse, mencionando a perspectiva de que cerca de 90% da humanidade terá acesso à internet nos próximos anos. No campo linguístico, pontuou que, dos aproximadamente 7.000 idiomas existentes, apenas cerca de 1.000 têm tradução facilitada hoje, e sugeriu que a IA ajudará a “desbloquear” os demais: “Quase todos que vivem em extrema pobreza falam as outras 6.000 línguas. A IA nos permitirá conquistar as outras 6.000. Então, literalmente, desde Babel, teremos conquistado a linguagem por meio da IA pela primeira vez”.

Ao tratar de impacto social, Gelsinger observou que cerca de 300 milhões de crianças vivem na pobreza e projetou que sistemas de IA poderão ensinar cada uma em sua língua nativa. Segundo ele, tarefas que “um linguista levaria 30 anos para realizar agora podem ser feitas em três meses com IA”. “Acredito que essa seja a coisa mais poderosa que podemos fazer para eliminar a pobreza”, afirmou. “Acredito que isso seja possível ainda nesta geração”. Em tom pastoral, perguntou: “Você acha que o coração de Nosso Senhor Jesus Cristo ficaria honrado se Sua Igreja fizesse isso? Eu acho”. Para Gelsinger, essa visão descreve “o tipo de coisa que seremos capazes de fazer quando levarmos a IA conosco em missão”.

image
manaus_am

RÁDIO FÉ EM AÇÃO

A melhor programação gospel do seu radio

image

Programação ao Vivo